Segundo dados da FAO a dieta alimentar dos brasileiros é caracterizada por um baixo consumo de frutas e hortaliças (4,8%), em comparação com outros grupos alimentares como cereais (30,7%) e produtos açucarados (19%) e carnes (11%). Essa dieta causa ingestão excessiva de alimentos energéticos e baixo consumo de alimentos protetores, como as hortaliças que são fontes de vitaminas, minerais e inúmeros anti-oxidantes que contribuem com a manutenção e melhoria geral da saúde (FAO, 2000).
Filgueira (2003) constata que o baixo consumo de hortaliças está mais relacionado com os aspectos culturais e deficiências educacionais que com o nível de renda. De modo geral, há pouca conscientização sobre o valor nutricional das hortaliças.
Por isso, existe a necessidade de se desenvolver projetos para a criação de hortas, visando capacitar os comunitários em desenvolver atividades em olericultura, priorizando o uso de tecnologia adaptada para a agricultura familiar, a qual deve ser simples, popular e basear-se nos seus próprios sistemas de produção, dando ênfase aos recursos locais e nativos. O desenvolvimento da agricultura familiar deve começar com o conhecimento das necessidades dos produtores e da forma como eles as percebem.
De acordo com Noda et al. (1997) o que caracteriza de forma marcante a pequena produção de várzea é o cultivo de hortaliças tradicionais. Os camponeses cultivam cerca de 10 espécies de hortaliças, sendo que esta produção está voltada, principalmente, para o abastecimento dos mercados urbanos. Com exceção do jerimum, maxixe e dos temperos verdes (cebolinha e pimenta), as demais espécies de hortaliças cultivadas ainda não fazem parte da dieta alimentar das famílias ribeirinhas. Sendo assim existe a necessidade de se diversificar e aumentar o consumo de hortaliças pelos pequenos produtores rurais da Amazônia.
A capacitação dos agricultores no desenvolvimento de atividades em olericultura e o acompanhamento dessas atividades podem trazer melhorias nos sistemas de produção e maior satisfação do agricultor. Ainda assim, é preciso respeitar a realidade do agricultor, as suas tradições e fazer com que cheguem a ele as melhorias que podem ser obtidas na agricultura, por meio do conhecimento científico gerado na área de ciências agrárias, adaptado para a agricultura familiar, o qual deve ser simples, popular e basear-se nos seus próprios sistemas de produção, dando ênfase aos recursos locais e nativos.
terça-feira, 16 de março de 2010
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